A tendência para pesquisas online por voz foi destacada pela MindSEO como uma das principais tendências no digital no ano 2018. Veio-se a confirmar também como tendência online em 2019. Segundo um artigo do Quora, até 2020, 50% do total de pesquisas online serão baseadas na voz. Considerando que este tipo de pesquisa dispensa as mãos e o olhar aquando a navegação, Gartner defende que, até 2020, 30% das sessões de navegação online serão feitas sem o apoio de um ecrã.
Através da voz, a experiência online do utilizador permite ser alargada a atividades e tarefas do quotidiano, como conduzir, cozinhar, manusear equipamentos, fazer exercício físico, entre outros. De facto, cada vez mais utilizadores mostram um nível crescente de confiança nos assistentes e comandos de voz, o que não pode passar ao lado dos negócios. A isto, alia-se a crescente sofisticação dos sistemas de reconhecimento de voz, cuja margem de erro tende a ser cada vez menor. Cabe aos profissionais de marketing entender a importância desta tendência de pesquisa em ascensão, e como é que devem adaptar as suas estratégias de modo a tirar o maior partido desta prática para alavancar o negócio.
Até onde podem ir os avanços na pesquisa por voz?
A tecnologia encontra-se em constante evolução. O que hoje é inovador, amanhã passa a ser “normal” e “esperado”. Como tal, é espectável que a pesquisa por voz se desenvolva e se torne mais avançada. No entanto, repercussões podem surgir ao nível das empresas, uma vez que estas dependem da pesquisa para direcionar o tráfego para os seus websites. São esperados novos desafios e novas mudanças.
Será que as empresas poderão ter de reconsiderar as formas como expõem a informação ao seu público? A verdade é que se tem verificado uma adesão crescente à pesquisa por voz, com Smart Speakers promovendo a pesquisa de informação, a compra online e a interação com websites recorrendo apenas à voz. Deste modo, pela diminuição do valor dos meios visuais, pode surgir a necessidade de repensar as plataformas de acesso à informação, desenvolvendo estruturas inovadoras baseadas em áudio.
Com 52,2% de todo o tráfego de websites em 2018 ser proveniente de smartphones, segundo o Statista, espera-se que, até ao final deste ano, de acordo com a Clutch, empresa de pesquisa, classificações e avaliações, 94% dos websites pertencentes a pequenos negócios se tornem mobile-friendly. É importante lembrar que a pesquisa por voz está sobretudo relacionada ao mobile, uma vez que a maioria das consultas por voz tem origem em dispositivos móveis. No entanto, enquanto as empresas ainda se encontram numa fase de adaptação aos requisitos do mobile, no que concerne à pesquisa escrita, novas exigências começam a surgir.
Também a interação com o utilizador pode ser impactada. Se considerarmos o facto de que quando fazemos uma pesquisa escrita, usamos várias keywords separadas para nos referirmos àquilo que pretendemos encontrar – como, por exemplo, “restaurante X localização”-, na pesquisa por voz isto não ocorre da mesma forma. Nesta última, a pesquisa é feita através de uma questão ou de expressões que soam naturalmente, como “onde fica o restaurante X”. É quase como se tivéssemos a falar com alguém. Deste modo, o estudo de keywords não deve ser o mesmo da pesquisa escrita para a pesquisa por voz. O conceito muda. A base da pesquisa deve passar por ser uma questão, recorrendo às longtail keywords.
Apesar das longtail keywords se mostrarem menos competitivas, apresentam uma mais rápida capacidade de conversão. Deste modo, ao trabalhar e segmentar essas palavras-chave, a empresa garante respostas às procuras e necessidades dos utilizadores, tendo uma maior oportunidade de aparecer como referência para essas pesquisas.
Naturalmente, outras repercussões poderão surgir, uma vez que a forma como esta revolução se poderá manifestar ainda não é clara. A verdade é que as grandes organizações, como a Google, a Apple, a Amazon, a Microsoft, entre outros, já se encontram a apostar e investir fortemente em assistentes de voz.
O mais importante é que as organizações comecem a ganhar consciência do impacto que a tecnologia otimizada pode ter nos seus negócios, de forma adotarem uma postura flexível à mudança, estando prontas para tomar medidas e ajustar práticas. Acompanhar a tendência da pesquisa por voz é uma oportunidade para aumentar o valor percebido e melhorar a experiência do utilizador.